Nota Pública

O Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM/UFBA, fundado em 1983, tem se caracterizado, nos seus trinta e quatro anos de história, como um espaço de ação e de reflexão sobre as lutas das mulheres e de outros grupos historicamente oprimidos, concentrando-se na produção de conhecimento sobre a sociedade brasileira de forma articulada com os movimentos sociais.

Esta forma fecunda de existir tem produzido grandes frutos, que incluem participação ativa na produção de subsídios teóricos para a criação e implementação de políticas públicas para as mulheres brasileiras, colaboração efetiva em construção de coletivos de mulheres e na realização de conferências locais, nacionais e internacionais, bem como na articulação de redes regionais e nacionais de estudos feministas. Tudo isso nos dando força para a criação do Programa de Pós–Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismo (2006), pioneiro na América Latina, além de um curso de Graduação, o Bacharelado de Gênero e Diversidade, fundado em 2008, também inédito no nosso país e no continente. Sem falar de inúmeras ações com vistas ao combate à violência de gênero, a exemplo da articulação e coordenação do Observatório de Monitoramento de Aplicação da Lei Maria da Penha – OBSERVE, além das atividades voltadas para a divulgação das ideias feministas e relações de gênero e poder na formação de profissionais atuantes no mercado de trabalho, através de cursos de pós-graduação em nível de especialização, instrumentalizando milhares de pessoas que passaram a enxergar as assimetrias e desigualdades entre homens e mulheres presentes na sociedade e se tornaram capazes de intervir, tentando minimizar essas assimetrias.

No momento em que nos tornamos alvo de diversos ataques, tanto de grupos reacionários/conservadores declarados e de indivíduos covardes que se escondem nas redes sociais, reafirmamos os princípios que norteiam a nossa luta e nossa resistência, a saber: combate sistemático ao sexismo, machismo, racismo, etarismo e homofobia; implementação de ações concretas para a promoção e transformação da condição das mulheres e integração da teoria e da práxis feministas.

Nos solidarizamos com todas/os as/os pesquisadoras/es da área, assim como com ativistas e militantes que lutam por um mundo mais justo e equânime. Infelizmente, podemos listar alguns casos recentes de ataques, como a perseguição à historiadora Marlene de Fáveri (UDESC), o fechamento da exposição QueerMuseu e a queima simbólica da filósofa Judith Butler.

Não podemos aceitar esse cerceamento à liberdade de pensamento. Devemos somar forças para defendermos o nosso campo de estudos e de manifestações políticas.

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