NOTA DE REPÚDIO DO NEIM/UFBA À VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO CONTRA MANUELA D’ÁVILA E SUA FILHA LAURA

Nós, professoras/es e pesquisadoras/es do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher – NEIM, da Universidade Federal da Bahia, vimos juntar nossas vozes às de várias outras companheiras, companheiros e diferentes organizações da sociedade civil e movimentos sociais, que têm se manifestado em repúdio à violência sofrida por uma de nossas mais aguerridas companheiras feministas, a ex-deputada federal pelo PCdoB, Manuela D’Ávila e sua filhinha, Laura, a quem registramos aqui todo o nosso apoio.

Estamos cientes de que a violência política de gênero não é um fenômeno localizado tampouco recente em nossa sociedade, afastando da arena da política formal muitas mulheres e companheiros e companheiras LGBTQI+, muita gente representando nossos melhores quadros. Desde a virada para o neofascismo liderada pelo atual presidente e seus seguidores, sobretudo a partir do assassinato, ainda não decifrado abertamente, da Vereadora Marielle Franco do Rio de Janeiro em março de 2018, esse tipo de violência não só vem se espraiando em todos os níveis de atividade política, como também se mostrando cada vez mais perigoso, um verdadeiro reino do terror, o que tem obrigado muitas pessoas atingidas e seus familiares a deixarem o país, tal o nível das ameaças das quais têm sido alvo.

Ressalte-se que esta não é a primeira vez que Manuela e sua filha tem sofrido ameaças, inclusive de morte. Não se há de esquecer que ainda quando bebê, Laura foi agredida no colo da mãe durante uma atividade de campanha política. Agora, Laura, uma criança de apenas 5 anos, vê-se ameaçada de estupro por conta de uma foto sua, tirada na escola pelos pais de um coleguinha, que a compartilharam em redes sociais da extrema-direita, instigando o ódio. Esse terrorismo virtual extrapola todos os limites da decência, revelando-se como um absurdo total, ainda mais quando se considera ter sido provocado por um casal que também tem filho pequeno e que integra o governo municipal da cidade de Porto Alegre!

Por certo, tal situação se torna cada dia mais insustentável e intolerável não só para Laura e Manuela, mas para todas nós, mulheres brasileiras e nossas companheiras e companheiros LGBTQI+., que também são alvo da violência política de gênero. Não podemos admitir que isso continue a acontecer. Exigimos campanhas denunciando e se contrapondo a esse tipo de violência e, no caso aqui em questão, demandamos a apuração e responsabilização do crime, tanto do casal que fez e compartilhou a foto, sem o menor escrúpulo, quanto das pessoas que fizeram uso dela para endereçar as graves ameaças à Laura e Manuela.

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