O Neim/UFBA repudia veementemente a violência sofrida pela ex-presidenta Dilma Rousseff, na segunda-feira 28 de dezembro de 2020, pelo presidente da República. O presidente, respondendo a um de seus apoiadores, agrediu de forma gratuita a ex presidenta com a memória de sua tortura pelo regime militar.
Não foi a primeira vez que Dilma Rousseff foi sujeita, pelo presidente, à lembrança das terríveis torturas que sofreu. Na votação na Câmara dos Deputados, que autorizava a abertura do processo violento de impeachment contra a presidenta, ele dedicou seu voto à memória do torturador Carlos Brilhante Alberto Ulstra que, em suas palavras, foi o “pavor de Dilma Rousseff”. A presidenta também não foi a única mulher na vida pública a ser alvejada por seus violentos comentários misóginos, basta lembrar dos ataques à deputada Maria do Rosário, à memória da vereadora Marielle Franco, à Manuela D´Ávila.
Em um momento em que os casos de feminicídio e de violência contra as mulheres aumentam de forma assustadora no país, em que mulheres e meninas são sujeitas a terem que levar adiante gravidezes indesejadas mesmo quando vítimadas por abusos sexuais, em que apesar da ativa e crescente mobilização do movimento feminista e de mulheres nossa presença em cargos de tomada de decisão política ainda é muito pequena, essa agressão à nossa primeira presidenta eleita representa uma violência contra todas nós mulheres.