Este não foi um ano fácil. A universidade pública esteve sob ataque como nunca antes. Nossas pesquisas foram ameaçadas pelos cortes e contingenciamentos de verbas e pela perseguição ideológica ao campo dos estudos de gênero e feminismo, ao marxismo e às ciências humanas em geral. Resistimos, nas ruas e na UFBA, protestando em manifestações que contaram com grande adesão da sociedade ao mesmo tempo em que mantivemos nossas atividades acadêmicas de ensino, pesquisa e extensão.

Foi um ano de perdas. O estrangulamento financeiro das universidades federais levou à demissão de trabalhadoras e trabalhadores terceirizados, duas delas funcionárias do NEIM, assim como corte de bolsas de pós-graduação, o que lamentamos profundamente. Somada à aprovação da Reforma da Previdência e à crise econômica, a população brasileira vivenciou enormes perdas no âmbito do trabalho e dos direitos.

Contudo, seguimos mobilizadas/os/es, como no caso do “Future-se”, proposta apresentada pelo Ministério da Educação, que foi rejeitado por unanimidade dentro da UFBA. Todas as Escolas, Faculdades e Institutos disseram não ao projeto, que desresponsabiliza o Estado pelo financiamento da Educação, visa implementar uma lógica mercantil no funcionamento da universidade e retira a autonomia universitária, o que viola a Constituição Federal.

Assim como foi em 2019, em 2020 é importante estarmos juntas, desenvolvendo atividades de pesquisa e extensão, reuniões, simpósios e ampliando nossas redes e alianças, difundindo nossa produção científica e resistindo aos ataques e perseguições sofridos. Seguimos em luta por uma sociedade mais justa e igualitária, sem sexismo, racismo, LGBTfobia e outras tantas formas de intolerância e opressão, em defesa da universidade pública, gratuita, socialmente referenciada e crítica.